Deu no portal da Folha de S.Paulo, em matéria do jornalista Bernardo Mello Franco. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de oportunista a recusa dos dirigentes sindicais em aceitar o aumento no salário minimo proposto pelo governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. Lula fez duras críticas às entidades por, segundo ele, não respeitarem a regra informal do reajuste negociada em sua gestão.
“O que não pode é os nossos companheiros sindicalistas, a cada momento, quererem mudar a regra do jogo”, disse em Dacar, onde participa do Fórum Social Mundial. “Ou você tem uma regra, aprova na Câmara, vira lei e todo mundo fica tranquilo, ou você fica com o oportunismo.”
Lula disse que a regra do reajuste não foi dada pelo governo, e sim negociada com as centrais sindicais pelo então ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), hoje prefeito de São Bernardo do Campo. “Na política, muitas vezes vale a palavra. Não é uma boa política querer mudar a cada ano um acordo que a gente faça”, declarou o ex-presidente.
Ao assinalar o apoio a Dilma, Lula contraria líderes sindicais que apontam uma relação mais fluida com o seu governo, em contraponto à nova gestão. O deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical, chegou a dizer que Dilma, ao negar maior reajuste no piso salarial, vai contra o legado de Lula e se alinha à política econômica de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em seu governo, Lula chegou a enviar um projeto que previa uma política para o salário válida até 2023. O Congresso, contudo, não o aprovou. Dilma, agora, discute fechar uma política de valorização a médio prazo: só até 2014. O valor oferecido pelo governo é de R$ 545. As centrais sindicais pleiteiam R$ 580, embora sinalizem que podem admitir valor mais baixo.
Lula, com esta atitude, demonstra mais uma vez que ele está pouco ou nada se importando com os sindicalistas e com as centrais sindicais, pessoas que o elegeram e, a pedido dele, elegeram Dilma presidente. A obrigação (viram o que eu disse, obrigação) de Lula e Dilma deveria ser de lutar por eles, de acatar o pedido deles. Deveria…
Ao contrário, o sapo barbudo e sua corja preferem deixar o salário mínimo com o seu aumento pífio e praticamente dobrarem seus salários. Qual era o “Brasil de todos” mesmo?